Técnico elogia atuação do Flu e dedica vitória por 2 a 1 no Fla-Flu ao filho aniversariante.
O Fluminense deu uma resposta rápida três dias depois de ter sido eliminado na semifinal da Copa do Brasil: na tarde deste domingo, o Tricolor derrubou uma invencibilidade de 19 jogos do Flamengo ao ganhar por 2 a 1 no Maracanã, em confronto direto pelo topo do Brasileirão, e assumiu provisoriamente a vice-liderança do campeonato. Em entrevista coletiva após a partida, Fernando Diniz comemorou a vitória, elogiou a coragem dos jogadores e disse que o time aprendeu a lição da desclassificação:
– Jogo de quinta-feira foi muito dolorido para a gente. Por mais que fale que o placar foi 3 a 0, ele não traduziu, de maneira nenhuma, o que foi o jogo. Seria muito mais justo que o Fluminense tivesse ganhado a primeira partida de 3 a 0 do que perdido por esse placar para o Corinthians lá. Nós oscilamos no jogo e hoje foi diferente. O mais importante é que o time aprendeu a lição em relação ao jogo de quinta-feira. O time jogou muito mais perto, correu alguns riscos exagerados, é verdade. Mas é melhor correr riscos com todo mundo junto do que contra o Corinthians, em que não sabíamos se saíamos jogando ou fazíamos a bola longa. Aprendemos uma lição dura de ficar perto.
– A desclassificação em si já é muito dura e o placar de 3 a 0 chega a ser cruel. Com gol contra ainda por cima, de um cara que trabalha todo dia pela paixão que ele tem no futebol. Foi um dia extremamente difícil. Mas hoje a equipe respondeu bem. Aprendeu e foi um dos jogos que eu mais gostei do time, por tudo que envolveu essa partida. E um grande time e um grande homem a gente vê que sabe se fortalecer nos momentos de baixa. Em vez de largar e esmorecer. Hoje, o Fluminense mostrou que tem jogadores que honram muito a camisa e peço que a torcida volte para o estádio. Assim como contra o Cuiabá tínhamos 50 mil pessoas e hoje tínhamos um público que poderia estar aqui para apoiar. O maior patrimônio do Fluminense é o torcedor. Estamos fazendo tudo, tudo, tudo que podemos fazer para que o Fluminense vença jogos e possa dar alegria ao torcedor.
Vejas outras respostas de Diniz:
Análise do jogo
– Acho que o Fluminense ganhou merecidamente. O elemento principal foi a coragem para jogar sob pressão muito forte dos jogadores e torcedores do Flamengo. Solidariedade, todo mundo estar muito perto para dar opção para sair jogando. E a vontade que teve de se proteger quando foi preciso e a inteligência também. Então foi uma vitória justa sobre um grande rival, muito bem treinado por um cara que eu admiro demais, que é o Dorival Junior. Além de ser um excelente treinador, um dos melhores e merece tudo que está colhendo no Flamengo, é uma pessoa ímpar no mundo do futebol.
Vitória para o filho
– Quero abrir mandando um beijo para minha família, minha esposa Simone, meus filhos Felipe, Thiago e Carol, e para um dos meus filhos que faz 17 anos hoje, o Diego. Era o presente que ele queria, então essa vitória é para você, filho. Te amo muito – afirmou Diniz, que classificou o resultado como justo:
Diferença para o Palmeiras
– Não temos que pensar muito no Palmeiras. O Fluminense tem que fazer o campeonato dele. Tem que procurar se dedicar como foi hoje no jogo, se entregar como foi hoje e vamos colher bons frutos no futuro.
Versatilidade do elenco
– O Nathan joga de tudo. É o tipo de jogador que eu gosto. O Yago Felipe também já jogou em várias posições, Martinelli também. Ganso terminou o jogo contra o Corinthians de (camisa) 8. É uma coisa que a gente treina. A maneira que o time joga, muito fluida, possibilita essas alternativas. Tem outros jogadores que têm treinado bem. E o jogo é uma questão e um trabalho que faço praticamente na minha carreira inteira: recuperando jogador, descobrindo as possibilidades e posições. Todos que estão ali têm chance de virar titular. Em determinado momento, algum jogador pode não estar bem e depois melhorar. Nathan, quando cheguei, era um jogador extremamente criticado. Ele entrou bem de novo, é um jogador dinâmico.
– E outros, que eventualmente não estão bem, podem estar bem para jogar com o Juventude. Essa dinâmica eu acho que temos que ter um pouco mais de paciência. O jogador que chega no Fluminense não é ruim. Nem no Flamengo, nem no Botafogo… Mas eles oscilam, porque é difícil para o jogador de futebol. É uma pressão exagerada e tem jogador que rende em determinado momento, mas depois cai e em seguida volta a jogar. Senão vamos perdendo e não podemos perder ninguém. Já temos um elenco restrito em número de jogadores, mas que eu gosto muito. Temos que dar confiança para os jogadores para eles poderem desabrochar e cada vez melhorarem com o passar dos treinos e jogos.
Zagueiro contra o Juventude
– O David Duarte deve voltar a treinar. Mas independentemente disso, se ele não tiver condições, teríamos jogadores para colocar. Alguns jogadores treinam em outras posições e rendem bem. Quando colocamos o André para jogar de zagueiro em determinados momentos, não é loteria, mas é porque ele treina e quase toda vez que entra vai bem naquela função. A dinâmica do time é mais aberta do que um time que joga de maneira mais tradicional. É até bom ter o André como zagueiro, porque quando o time está apertando o adversário e sofre pouco contra-ataque e pouco cruzamentos, você ganha um jogador com mais saída e que chega mais na frente.
Expulsão de David Braz
– Eu acho o árbitro um dos melhores do Brasil e que eu mais gosto, indiscutivelmente. Isso não invalida dizer que achei a expulsão do David Braz exagerada. Aquilo dava para ser contornado de outra maneira e foi algo que questionei quando voltei. Se for colocar para fora todo mundo que insiste na reclamação… Você tem que manter uma lógica para arbitrar. Por essa lógica, vai expulsar cinco ou seis caras, senão acaba fazendo uma coisa injusta, por isso achei que foi injusta. Não achei que teve motivo, não o vi falando palavrão. Isso é uma coisa normal que os jogadores fazem, e eu conheço o Claus há muito tempo. Embora eu ache ele um dos grandes e dos melhores que apitam no Brasil, junto com o Wilton (Pereira Sampaio) e estão merecidamente na Copa. Mas acho que foi exagerada.