Proposta, que vai substituir o teto de gastos, deve ser apresentada ao presidente da Câmara ainda nesta segunda-feira (20).
A equipe do Ministério da Fazenda vai apresentar o texto do novo arcabouço fiscal ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda nesta segunda-feira (20), para evitar que o presidente da Câmara seja surpreendido quando o texto chegar à Câmara dos Deputados.
O novo arcabouço é a forma pela qual o governo do Lula vai se comprometer a estabilizar a dívida pública e equilibrar as contas do governo, e deve substituir o teto de gastos, que limita o crescimento de grande parte das despesas da União à variação inflação (entenda o que o novo arcabouço fiscal significa na prática para a economia).
Lira já tinha dito ao presidente Lula (PT), durante um jantar, que vai prestigiar as pautas de Haddad, pois o considera o interlocutor do governo para a economia. Ambos estão alinhados e preocupados com ataques à proposta vindos, principalmente, do PT.
O movimento junto a Lira e outros líderes parlamentares busca, justamente, blindar a proposta do novo arcabouço fiscal das críticas da legenda. No final de semana, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi às redes sociais defender expansão de gastos no momento em que Haddad tenta aprovar o novo marco fiscal.
A postagem da deputada foi alvo de críticas do presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP-PI), que a chamou de líder de oposição.
“A maior líder da oposição defende o desastre fiscal antes mesmo de o ministro do governo apresentar alguma proposta de equilíbrio de gastos. Querem implantar o Dilma 3 de qualquer jeito”, postou Nogueira, que foi ministro-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro.
O PP, inclusive, quer ser o relator da proposta de novo arcabouço fiscal quando ela chegar ao Planalto. A ideia original era cedê-la a relatoria para o deputado Mendonça Filho (União-PE), num gesto ao União Brasil, que negociava a fusão com o PP. Com a frustração das tratativas, o PP pediu a relatoria a Lira, e o partido ficou de indicar um nome nos próximos dias.
BNDES
Também está prevista para ocorrer entre esta segunda e terça-feira (21), um debate no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dirigido por Aloizio Mercadante, a respeito do novo arcabouço fiscal.
O anúncio do seminário, que deve contar com as participações de economistas como André Lara Resende, causou rusgas entre Haddad e Mercadante. A presença do ministro da Fazenda ainda não está confirmada.
Por Andréia Sadi do g1.globo.com/politica/blog/andreia-sadi