Nas redes sociais, a infestação e ataque de muriçocas em São Luís é bastante comentada. Ao Imirante.com, o doutor em Ciências Biológicas e professor do departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Macário Rabêlo, explica que a chegada do período chuvoso na capital é o principal motivo do aparecimento da grande quantidade de muriçocas por causa do acúmulo de água em determinados locais.
“Como os mosquitos, de modo geral, são insetos aquáticos, então é natural que no início do período chuvoso, devido ao surgimento de vários criadouros de coleção de água, os mosquitos se desenvolvam”, explica o professor.
Ainda segundo o doutor em Ciências Biológicas, a infestação de muriçocas na capital é algo passageiro. Macário Rabêlo conta que pico da infestação é quando as chuvas são mais intensas, como as registradas nos últimos dias.
“Se este ano for de muita chuva, e elas se intensificarem agora nos meses de janeiro e fevereiro, posteriormente esses criadouros se desestabilizam por conta das enxurradas, diminuindo a proliferação dos mosquitos, pelo menos em determinadas áreas. Já naquelas áreas que não sofrem tanto com as enxurradas, a infestação continua”, afirma Macário.
O professor do departamento de Biologia da UFMA também explica que a presença do mosquito ocorre o ano inteiro e que vários deles se criam no ambiente doméstico porque tem água acumulada em baldes, tanques e tonéis, mas com uma frequência baixa. Porém, quando chega o período chuvoso, os criadouros se formam nas ruas, em terrenos baldio, pequenos riachos e valas e a infestação é maior.
Riscos para a saúde
O doutor em Ciências Biológicas explica também que as muriçocas podem, em alguns casos, transmitir a elefantíase, que é uma doença causada por um parasita transmitido pela picada de um mosquito, levando a uma inflamação no sistema linfático, fazendo com que o paciente desenvolva um grande inchaço (também conhecido como edema) em seus membros e em pontos como os seios e a bolsa escrotal.
“A muriçoca perturba muito o repouso das pessoas. O macho faz um zumbido irritante, e a fêmea pica. A fêmea pode transmitir alguns patógenos, mas a principal doença que a muriçoca transmite é a elefantíase, um tipo de filariose. Em São Luís e todo o Maranhão essa doença ela não é tão comum”, diz o professor da UFMA.
Proteção
Uma das formas das pessoas se prevenirem contra a picada das muriçocas é fazendo o uso de repelente. A dica é passar o produto em todas as áreas expostas, não esquecendo do rosto, dorso das mãos e também as orelhas. Uma outra recomendação é fazer um repelente caseiro, colocando uma pedrinha de cânfora dentro de uma embalagem de álcool e pulverizar nas áreas expostas.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de São Luís afirmou que tem intensificado as ações de borrifação via carros fumacê para combater a infestação.
Leia a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde (Semus) informa que tem intensificado as ações de borrifação via carros fumacê para combater a infestação do mosquito Culex (muriçoca). A Semus ressalta que possui veículos em vários bairros, divididos por distritos e em horários pré-estabelecidos pela Coordenadoria da Vigilância Epidemiológica e Sanitária. Além disso, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) já ampliou os trabalhos de limpeza de valas e galerias que são locais propícios para o aparecimento do mosquito. Em paralelo à estas ações, a Semus orienta os agentes de saúde para que, durante as visitas domiciliares, reforcem com os moradores o pedido de limpeza de tanques, caixas d´água e recipientes que podem vir a ser criadouros do mosquito Culex e do Aedes, este último causador da dengue e de outras enfermidades.
Fonte: Imirante.com
© Todos os Direitos Reservados