Com 56.000 delegados inscritos, COP30 deve ficar apenas atrás da COP28, que aconteceu em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde foram registrados 80.000 participantes
Mais de 56.000 delegados se inscreveram para participar presencialmente da COP30, que começou nesta segunda-feira (10), em Belém, o que coloca provisoriamente esta conferência do clima da ONU como uma das maiores da história – apesar das preocupações iniciais com escassez e custos dos alojamentos na cidade. Os dados preliminares apontam a COP30 como a segunda maior até hoje, atrás apenas da COP28, em Dubai, que contou com a presença de mais de 80.000 pessoas.
As informações foram divulgadas nesta terça (11) pela Carbon Brief, que obteve os dados das listas provisórias de delegados publicadas pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
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Segundo dados provisórios, 193 países, mais a União Europeia inscreveram delegações para a cúpula. Como era de se esperar, a maior delegação vem do Brasil, país anfitrião, com 3.805 inscritos. Em seguida, vêm China, Nigéria, Indonésia, República Democrática do Congo, França, Chade, Austrália, Tanzânia e Japão. Este ano também registra o maior número de delegados “virtuais”, com mais de 5.000 pessoas inscritas para participar das discussões online.
A menor delegação é composta por uma única pessoa inscrita para representar a Nicarágua. Há cinco delegações com duas pessoas cada (Coreia do Norte, Letônia, Liechtenstein, São Vicente e Granadinas e Eslováquia).
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EUA não enviam ninguém pela 1ª vez
Pela primeira vez na história das conferências climáticas da ONU, as COPs, os Estados Unidos não enviaram um único delegado oficial. O país está na mesma situação que Afeganistão, Mianmar e San Marino, também sem representantes.
Os EUA estiveram presentes em todas as outras COPs – inclusive durante o primeiro mandato de Donald Trump. Em média, o país costumava enviar uma delegação de cerca de 100 pessoas, o que normalmente a tornava um dos maiores grupos nas negociações. Nos primeiros meses deste segundo mandato,Trump tem pressionado outros países a comprarem petróleo e gás dos EUA, e enfraquecendo diversas políticas climáticas estadunidenses.
Para Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a ausência pode, na verdade, ser “uma coisa boa”. Como os negociadores dos EUA não estarão presentes na conferência climática, “eles não poderão exercer sua intimidação direta”, disse Figueres ao The Guardian.
“Honestamente, a descarbonização da economia global é irreversível. O ímpeto está crescendo a ponto de ser simplesmente imparável, com ou sem os Estados Unidos”, afirmou.
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“Os Estados Unidos da América são tão ignorantes quanto queremos ser sobre este assunto, mas o estado da Califórnia não é. E, portanto, vamos nos impor, vamos nos empenhar e vamos competir neste setor”, afirmou.
