Semifinalista em 2025, Racing foi campeão da Sul-Americana e da Recopa contra brasileiros e aproveita momento ruim vivido pelos gigantes Boca Juniors e River Plate
Nada de Boca Juniors ou River Plate: o principal argentino da Copa Libertadores 2025 é o Racing. Adversário do Flamengo no jogo de ida da semifinal, nesta quarta-feira, o time é o atual campeão da Sul-Americana e da Recopa e vem estabelecendo um papel de destaque no continente nos últimos anos, superando até mesmo os gigantes Boca e River. E o ge explica como o Racing passou a figurar como protagonista nos últimos anos.
Carrasco de brasileiros na campanha do título da Copa Sul-Americana e campeão da Recopa contra o Botafogo, o Racing, que tem fama de copeiro, tentará superar o Flamengo para voltar à final da principal competição da América do Sul depois de quase seis décadas. Um sonho que vem sendo embalado pela torcida há alguns anos.
Encontro com a torcida
Parte do segredo da Argentina que venceu a Copa do Mundo de 2022 foi apostar no encontro da seleção com os torcedores. Longe de títulos por muitos anos, passou a encantar o público e venceu após traumas em Copas. O movimento do Racing foi similar nos últimos anos. Quem ajuda a explicar é Raphael Sibilla, correspondente da Globo na Argentina:
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2025/X/N/huwtgsQwm9TAD87WQ8zg/gettyimages-2186535402.jpg)
Gustavo Costas, técnico do Racing, comemora título da Sul-Americana 2024 — Foto: Buda Mendes/Getty Images
Gustavo Costas não era o técnico mais brilhante, de longe não era o mais moderno e nem o mais “pop”. Torcedor do clube, ex-capitão e muito identificado com a equipe, assumiu no lugar de Fernando Gago no início de 2024.
– É um cara que vive o clube. Com isso, houve uma sinergia entre jogadores, técnico e torcida que fez com que o Racing fosse muito copeiro em muito difícil de ser batido. Mudou um pouco esse ano por conta de características de jogadores que deixaram o clube. É um time que segue na sua toada, com seu trabalho – disse Raphael Sibilla.
O trabalho deu resultado. Em 2024, o Racing venceu a Copa Sul-Americana e, no ano seguinte, venceu o Botafogo no Rio de Janeiro para ficar com a Recopa Sul-Americana. Diego Milito, ex-atacante e ídolo do time, foi eleito o presidente para manter a era vencedora.
Boca e River perderam espaço?
Os títulos colocam o Racing no destaque do país. Na Argentina, os gigantes Boca Juniors e River Plate também não conquistaram taças nacionais. Afinal, o que acontece para que as duas equipes mais tradicionais não estejam no topo?
Boca e River são os clubes mais ricos de um futebol argentino que fica longe de competir financeiramente com os times brasileiros. O River Plate fez grandes vendas, gasta com contratações e reformou o maior estádio da América do Sul. Por outro lado, o Boca Juniors enfrenta uma crise interna e péssimos resultados.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2025/O/r/nH4nC9SXydALJoj2gUrA/2025-06-13t000717z-520658529-rc2j6ea772jr-rtrmadp-3-soccer-club-argentina-boj-costa-1-.jpg)
Boca Juniors x River Plate; Ayrton Costa — Foto: Rodrigo Valle/Reuters
Em 2025, o Boca caiu na fase preliminar da Libertadores, saiu cedo do Torneio Apertura do Campeonato Argentino, foi eliminado na Copa Argentina e não teve destaque na Copa do Mundo de Clubes. Com medalhões e mudanças internas, o time vive uma “bagunça”, como aponta Raphael Sibilla:

/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2025/1/D/CW2BIyRcAqpU4VHIBdnw/afp-20250925-76nv99t-v1-midres-fbllibertadorespalmeirasriver.jpg)