Amazônia maranhense já teve mais de 70% de desmatamento nas últimas décadas.
O Maranhão figura entre os quatro estados que mais devastaram a Amazônia no período de 2019 a 2021. As informações são do Relatório Anual de Desmatamento do Brasil (RAD). De acordo com os números, 76% das florestas originais do Maranhão já foram perdidas, e um quarto da vegetação florestal remanescente degradada por incêndios criminosos e extração ilegal de madeira, representando 80% de destruição da Amazônia maranhense.
A Amazônia maranhense é o habitat de mais de 300 tipos de abelhas, grandes felinos e aves, algumas ameaçadas de extinção, como a onça-pintada e a ararajuba, ave simbólica do Brasil, cuja existência é restrita a esta região.
De acordo com um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), desde 2008, a Amazônia Legal maranhense perdeu uma área de mais de 6 mil km². Somente em 2022, foram desmatados 245 km² no Maranhão.
Mesmo com a devastação, dados do MapBiomas – sistema de mapeamento e estudos envolvendo ONGs, universidades e empresas de tecnologia –, o Maranhão ainda possui mais de 11 milhões de hectares de vegetação do bioma amazônico.
Nestas áreas, há 85% de vegetação nativa localizada em áreas indígenas e unidades de conservação, no Mosaico Gurupi, que abrange a Reserva Biológica do Gurupi no território maranhense e seis terras indígenas (TIs), cinco delas no Maranhão e uma no Pará, totalizando 46 mil km² de terras indígenas. Nessas áreas protegidas por lei, operações de combate ao desmatamento e tráfico de drogas estão em curso, mas requerem esforços.
Os Guajajara da Terra Caru estabeleceram, há certa de 10 anos, o “Grupo Guardiões da Floresta”: uma força-tarefa que realiza patrulhas pelos limites da reserva, uma iniciativa que tem sido replicada por outras etnias. Na Terra Indígena Pindaré, habitada pela etnia Guajajara, um projeto de reflorestamento está em andamento para recuperar áreas degradadas.
Um projeto colaborativo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, financiado pelo Fundo Verde para o Clima, busca incentivar agricultores familiares, indígenas e comunidades locais a recuperar e preservar a floresta nos municípios maranhenses que fazem parte da Amazônia. Essa iniciativa visa a restauração e a conservação da rica biodiversidade da região, bem como o combate ao desmatamento desenfreado que ameaça o equilíbrio ambiental.
Por g1 MA — São Luís